Hospital veterinário público do Tatuapé não atende a demanda diária
Tutores passam a madrugada na rua em fila para atendimento de seus pets
A prefeitura de São Paulo reduziu de 30 para 20 senhas entregues diariamente, para atendimento de animais domésticos nos Hospitais Veterinários.
Após a 21a senha, os animais passam por uma triagem, 70 e 80 atendimento de pets, que chegam às vezes após às 20h da noite anterior. Os tutores aguardam na fila para triagem de atendimentos emergenciais quando os pets correm risco de vida.
Em alguns casos, o animal precisa voltar no dia seguinte porque não consegue ser atendido mesmo que esteja em risco de morte.
Em algumas situações, o atendimento é direcionado para o teleatendimento no hospital de forma gratuita na internet, o Televet.
O Televet realiza alguns procedimentos iniciais via Zoom, mas na necessidade de realizar exames de sangue, urina ou radiografia, o animal é encaminhado para o atendimento presencial.
Nem todos exames são realizados no hospital público. Neste caso, o animal é encaminhado para o particular da Anclivepa, com preços reduzidos, localizado na mesma rua do hospital público na Ulisses Cruz, no Tatuapé.
Segundo a supervisão do Anclivepa do Tatuapé, casos graves são atendidos no dia, os tutores pegam uma fila no interior da unidade. Na realidade, em muitos casos, os donos dos animais são orientados a voltar no dia seguinte, mesmo muito graves.
Donos de animais de estimação formam filas enormes para tentar atendimento nos hospitais veterinários públicos.
As senhas começam a ser distribuídas às 6h, algumas pessoas chegam entre 18h e 20h e permanecem na fila durante a madrugada para conseguir uma das primeiras senhas, muitos na triagem não são atendidos. População eservidores criticam a prefeitura de São Paulo, com o orçamento mais rico do país, pelo descaso, como diz Antônio.
“É uma má gestão dos recursos, má gestão da estrutura e não deveria estar dessa forma.
Se os repasses da verba pública fossem em todos os anseios da municipalidade estariam sendo atendidos. No caso, nós estamos lidando com vida animal, porém é vida. Então, uma gestão pública de qualidade desses recursos públicos a essa área seria algo que deveria ter mais cuidado pelas autoridades públicas, pelo secretário da saúde e pela mesa diretora, ” lamentou Antônio, funcionário da zoonoses.
Os hospitais públicos são administrados pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários (Anclivepa) e recebem verba mensal das prefeituras, localizados em algumas cidades, convênio entre as Secretarias Municipais de Saúde e as Faculdades Anclivepa
O Hospital Veterinário Público Anclivepa da zona leste foi a primeira unidade entregue para a população de São Paulo, em 2012. Muitas pessoas saem de outras regiões da cidade por não terem condições financeiras de pagar por uma consulta, exames e pronto atendimento em clínicas particulares.
Hoje, a Faculdade Anclivepa, em parceria com as prefeituras, já funciona com um número de 12 hospitais na região metropolitana de São Paulo e no interior, mesmo com o número de unidades ampliadas, os hospitais não conseguem suprir a demanda.
O atendimento no geral é elogiado pela qualidade, mas os donos de pets reclamam da espera e da falta de veterinários e recursos.
A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que repassa verba por mês para a empresa que administra os hospitais, mas não informou o valor.
A parceria da prefeitura e da Faculdade Anclivepa tem como suporte, no atendimento nos hospitais particulares ou públicos, veterinários fixos remunerados e estagiários da faculdade ou de cursos de enfermagem veterinária.
A Central de Notícias da Rádio LIBERTAÇÃO é uma iniciativa do Projeto A Democracia e o Estado Laico. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde/ Anclivepa