PARQUE TRIANON COMPLETA 129 ANOS DE EXISTÊNCIA COM MUITOS PROBLEMAS

 

Recentemente, o Parque Trianon, localizado em frente ao MASP na Avenida Paulista, completou 129 anos de existência.

Inaugurado em abril de 1892, é um dos parques mais antigos da cidade. O local foi projetado pelo engenheiro e paisagista francês Paul Villon. O lugar foi batizado em homenagem ao restaurante Belvedere Trianon, que ficava em frente, bem antes da construção do Museu de Arte de São Paulo. A alta sociedade frequentava o espaço em horas de lazer e descanso.

O parque contava com corrida de automóveis e demais eventos, dentro de uma flora vinda da Mata Atlântica. Essa é uma das únicas áreas verdes de São Paulo que ainda mantém exemplares nativas.

Em 1911, foi concedido à Prefeitura que cuidou do local até outubro de 2021 e que concedeu o parque para a iniciativa privada. No entanto, o parque sofre com inúmeros problemas: um deles é o piso que tem muitos buracos e que é preciso prestar atenção, para não haver quedas, entorses ou algo mais sério, além de várias teias de aranhas, lixos, bebedouros, além de outros problemas.

O frequentador do parque e estudante Fernando Arias, deu a sua opinião para o parque:

Em minha opinião, acho o parque agradável. Minha única opinião é que deveria ter mais bebedouros, que acho que tem poucos. É um lugar agradável para passear e vir com a família. Costumava vir bastante com meus amigos, quando eu fazia faculdade aqui perto. Para mim, continua a mesma coisa, não mudou quase nada. Acredito que deveria mudar um pouco, já que o parque está privatizado. No passado, o banheiro vivia fechado e não tinha como usar. Hoje continua assim”, relata ele.

Uma das maiores reclamações dos frequentadores do parque, são as condições do piso, conhecido por suas características pedras portuguesas que existem desde a época de sua inauguração, colocando em risco quem trafega para fazer esportes como corridas e caminhadas ou até mesmo, idosos que costumam passar uma tarde ali.

A academia e o playground também estão precisando de melhorias e alguns equipamentos precisam de reforma.

A estudante de Letras, Alissa Regina, não concorda com a privatização do parque:

Sobre a privatização do parque ou de qualquer outra coisa, é um absurdo, porque como se privatizasse vai melhorar alguma coisa. Pelo contrário, vai piorar as condições. E outra, é um espaço público. Sempre foi. Para quê vai privatizar agora? Para quem vai esse dinheiro? É muito duvidosa essa posição em relação a quem cuidava do parque antes. Se ele foi privatizado, ele deveria estar em condições melhores, já que está recebendo dinheiro de fora. Tem sujeira para todo lado, o playground poderia estar em condições bem melhores e a iluminação é a parte essencial, porque muitas vezes podemos ser assaltados, mulheres podem ser estupradas. Enfim, muitas coisas ruins podem acontecer devido a falta de iluminação”, afirma ela.

A beleza do lugar conquista a todos, mas poderia ser melhor cuidado. É a opinião do ator Gabriel de Almeida Melo:

É um parque bonito. Mas, se você for mulher, pode ser muito perigoso à noite. É muito poluído. Você encontra lixo em todo lugar: em bancos, no chão e muitos outros. Com certeza, deveria estar em melhores condições”, completa.

Também existe o problema de vegetações que não deveriam estar plantadas ali. É o caso das palmeiras da espécie Seafórtia, também conhecida como palmeira real. Muito bonita para o paisagismo, mas ela “rouba” água e nutrientes do solo de outras árvores. A Seafórtia é considerada uma planta invasora biológica e desde 2019, há um trabalho incansável para a retirada delas para serem plantadas onde devem. Além disso, suas folhas grandes, apesar de fazer sombra em dias mais ensolarados, prejudicam o crescimento de uma vegetação mais baixa.

REPORTAGEM POR CAROLINE ROSSETTO

A Central de Notícias da Rádio LIBERTAÇÃO é uma iniciativa do projeto: A Bíblia como um clássico da literatura mundial.

Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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